terça-feira, 2 de outubro de 2007

Alternativa Midiática


As mídias alternativas surgem em meio à insatisfação de grupos com a mídia tradicional, aliada com os interesses corporativos. Essa nova forma emerge então como inovador núcleo de produção de novas e variadas formas de comunicação, através principalmente da internet, das rádios comunitárias e livres, de jornais de baixa circulação e fanzines. Conhecida também como mídia tática, mídia independente ou mídia sob demanda, essas mídias muitas vezes têm ligações com movimentos sociais e podem ser construídas sem muitos recursos tecnológicos ou financeiros. Seu principal objetivo é a busca de alternativas ao corte editorial da mídia tradicional e o estabelecimento de uma ligação direta entre a fonte e o seu público.
Essas mídias podem ser também caracterizadas no âmbito publicitário como um espaço para veiculação em formas extraordinárias de anúncios de publicidade e propaganda, como bikedoors, motodoors, mídia em metrô, etc.
Em palestra proferida na Unifor, a professora Olga Guedes, escritora do livro “Compreendendo a Mídia Alternativa”, falou sobre as funções desses veículos. Segundo ela, num primeiro momento, temos as mídias comunitárias, as rádios comunitárias tão presentes no Brasil e no restante da América Latina, que funcionam como suportes que questionam a comunicação verticalizada da grande mídia. Em outro momento, teríamos veículos alternativos com outras propostas, entre elas a de dar voz aos excluídos. Outros tipos seriam as mídias mais engajadas em movimentos sociais.
Ela reconhece o problema da sustentabilidade e considera romântica a crença de sobrevivência desses meios à margem do sistema capitalista. Ela enxerga nestes um local de poder, onde os grupos excluídos, como as minorias étnicas, os gays e os negros, por exemplo, podem expor seus problemas - dos políticos aos culturais. São uma forma dos grupos marginalizados estabelecerem suas ideologias, modos de vida e cultura, bem como falar de suas dificuldades, de sua identidade. Segundo ela, se o Estado não promove uma política cultural para todos, as pessoas buscam outras maneiras, outros meios para circularem suas idéias.
Os fanzines, por exemplo, se propõem como um meio barato, criativo e livre para a divulgação de idéias.

Fanzines

A palavra “fanzine”, que é de origem inglesa, vem da junção entre fan (diminutivo de fanatic) e magazine (revista em inglês). Os primeiros foram feitos em formatos de revistas, para a divulgação de ídolos. Os primeiros indícios de fanzines remontam da década de 30. Também conhecidos simplesmente como zines, podem ser qualquer publicação em papel, desde que contenha idéias e seja distribuído para que outros leiam.
Liberdade é a unica regra para a confecção de um fanzine. Com poesias, quadrinhos, notícias e pensamentos colocados em palavras rabiscadas ou datilografadas, com recortes e desenhos, os fanzines se caracterizam como uma expressão em formato livre. Como forma de expressão, os fanzines podem se colocar como importante ferramenta pedagógica e de conscientização social
Fernanda Meireles, fanzineira da ONG Zinco (Centro de Estudo, Pesquisa e Produção em Mídia Alternativa), defende que o fanzine é como um meio de quebrar as barreiras entre o estudante e o ato de escrever. Para o educador social Daniel Alves, o fanzine é uma forma barata e criativa de ensino, bem como inovador meio de se prender a atenção dos estudantes, aliando prazer e conhecimento.

Saiba mais sobre jornal-mural e rádios comunitárias.

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