terça-feira, 23 de outubro de 2007

Convergência de Possibilidades

A convergência de mídias é uma das tendências que se difundem cada vez mais. Deve ser entendida como uma confluência de serviços diversos, tais como telefonia, vídeo, música, impressos e internet a partir do uso de uma mesma plataforma. Os dispositivos eletrônicos cada vez mais cruzam os limites das suas funções tradicionais e entram nesse terreno de cruzamento de meios, serviços e possibilidades. É possível telefonar pelo computador, navegar na web ou fazer pagamentos pelo celular, fazer downloads pelos consoles de videogame, escutar rádio pela TV, etc. As possibilidades se multiplicam.

Os smartphones, como o Iphone, desenvolvido pela Apple Inc., integra funções de Ipod, câmera digital, serviços de internet como e-mail, mensagens de texto, navegador internet, visual voicemail e conexão Wi-Fi local. Na TV Sky, o cliente customiza sua programação, selecionando o que deseja assistir e quantas vezes o queira. Em portais como o Globo.com, por exemplo, o computador é centralizado como plataforma de entretenimento, provendo não só processamento de dados e acesso à internet, mas também música e vídeo, agregando serviços e veículos como rádio, vídeo, jornais e revistas.

A convergência de mídias já é uma realidade, mas para poucos, posto que apenas 10% da população possui internet, e menos ainda tem condição de ter um sistema de banda larga para poder usufruir dos serviços ofertados. De um modo geral, ainda existem muitas barreiras ao uso dessas novas tecnologias, entre eles a questão da inclusão digital e a onerosidade.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Web Turbinada

O termo web 2 ainda não possui definição nem data de surgimento consensuais, posto que este ainda encontra-se em desenvolvimento. Alguns estudiosos consideram-no como uma evolução natural da Internet, como uma segunda geração, enquanto outros elevam a web 2 a uma categoria nova e sofisticada. O termo foi batizado por Tim O’Reilly e nasce a partir da intenção em criar um ambiente de interação entre a rede e os usuários.

A web 2 faz uso da inteligência coletiva pra incrementar os aplicativos, tanto mais eles sejam acessados pelos seus usuários. Trata-se de uma plataforma de socialização e interação entre usuários através do compartilhamento e criação conjunta de conteúdo. Assim, as páginas passam a ser comunitárias e passíveis de alteração pelos visitantes, já que estes podem interferir no conteúdo de sites e serviços virtuais.

O meio enfatiza a colaboração, possibilitando a abertura da informação e a transformação dos pólos de produção desta, agora com fontes abertas.
Como subproduto da Web 2, surge um novo tipo de jornalismo: o colaborativo. Os leitores podem ser provedores da notícia, que agora pode ser construída por diferentes indivíduos. Com isso, há uma maior amplitude na visão dos fatos, bem como uma democratização da informação. Além disso, grupos e acontecimentos que antes estavam à margem da cobertura da grande mídia agora encontram um novo canal de voz do qual eles próprios podem participar. Como afirma Frederick van Amstel, mestrando em Tecnologia pela UTFPR e editor do blog Usabilidoido, “a Web 2.0 aponta para uma mídia popular, independente de grandes corporações, recriada pelos seus próprios usuários.” Por outro lado, mais difícil torna-se a construção de uma credibilidade.

A idéia é que o ambiente on-line se torne mais dinâmico e que os usuários colaborem para a organização de conteúdo. Um exemplo destes seriam as páginas comunitárias na internet que podem ser alteradas pelos usuários que têm direitos de acesso, como a Wikipedia, que é uma enciclopédia on-line escrita por leitores.

Saiba mais sobre Jornalismo Colaborativo e sobre Web 2.0

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

"Os Novos Rumos da Comunicação"

Ontem, no Teatro Celina Queiroz, da Universidade de Fortaleza, foram discutidos os “Novos Rumos da Comunicação”. A palestra, proferida pelo professor Giovandro Marcus Ferreira, coordenador da Faculdade de Comunicação da Bahia (Facom) fez parte das inúmeras atividades do Mundo Unifor.
O pesquisador falou sobre a comunicação na atualidade e sobre a importância da pesquisa em teoria, tão problemática para os estudantes que entram no curso com a ânsia da prática. Segundo o estudioso, as pesquisas desenvolvidas no âmbito das universidades constituem-se como uma forma de diminuir o abismo existente hoje entre o mercado de trabalho e a academia.
Para Giovandro, a pesquisa é um modo de armazenamento do conhecimento, um ensino dinamizado por uma problemática que pode ser constantemente dilatada. A importância do estudo da mídia, segundo ele, se daria pela sua participação na textura geral da sociedade, afinal, desde meados do século XX esta foi engendrada pelos meios de comunicação, tornando-se inteiramente mediatizada.

O teórico afirma que as pesquisas são fruto de escolhas e interesses pessoais, calcando-se numa vasta gama de possibilidades e sob vários vieses. Qualquer objeto pode ser tencionado e transformado em objeto de pesquisa, como os Big Brother Brasil, por exemplo. Ferreira destaca ainda que a influência de outras áreas, como Antropologia, Sociologia e Psicologia, foi fundamental no aumento de alternativas.

Temáticas como a construção de sentido, meios de comunicação de massa, comunicação grupal, tecnologia e cultura são grandes áreas de domínio que vêm se desenvolvendo nos estudos comunicativos. O professor da Facom revela ainda seu ceticismo em relação ao suposto desaparecimento dos jornais com o surgimento das novas tecnologias.

Após o discurso de Ferreira, seguiram ainda as falas sobre a Comunicação Integrada, com a apresentação de Conceição Rodrigues sobre o case da Companhia Energética do Ceará (Coelce), sobre a implantação da TV digital no Brasil, com Paola Oliveira, mestranda da Universidade de Brasília (Unb), e sobre os novos rumos do rádio, com Andréa Pinheiro, professora de Comunicação da Unifor.


Saiba mais sobre o que foi discutido nas áreas de Comunicação Integrada e Tv Digital.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Alternativa Midiática


As mídias alternativas surgem em meio à insatisfação de grupos com a mídia tradicional, aliada com os interesses corporativos. Essa nova forma emerge então como inovador núcleo de produção de novas e variadas formas de comunicação, através principalmente da internet, das rádios comunitárias e livres, de jornais de baixa circulação e fanzines. Conhecida também como mídia tática, mídia independente ou mídia sob demanda, essas mídias muitas vezes têm ligações com movimentos sociais e podem ser construídas sem muitos recursos tecnológicos ou financeiros. Seu principal objetivo é a busca de alternativas ao corte editorial da mídia tradicional e o estabelecimento de uma ligação direta entre a fonte e o seu público.
Essas mídias podem ser também caracterizadas no âmbito publicitário como um espaço para veiculação em formas extraordinárias de anúncios de publicidade e propaganda, como bikedoors, motodoors, mídia em metrô, etc.
Em palestra proferida na Unifor, a professora Olga Guedes, escritora do livro “Compreendendo a Mídia Alternativa”, falou sobre as funções desses veículos. Segundo ela, num primeiro momento, temos as mídias comunitárias, as rádios comunitárias tão presentes no Brasil e no restante da América Latina, que funcionam como suportes que questionam a comunicação verticalizada da grande mídia. Em outro momento, teríamos veículos alternativos com outras propostas, entre elas a de dar voz aos excluídos. Outros tipos seriam as mídias mais engajadas em movimentos sociais.
Ela reconhece o problema da sustentabilidade e considera romântica a crença de sobrevivência desses meios à margem do sistema capitalista. Ela enxerga nestes um local de poder, onde os grupos excluídos, como as minorias étnicas, os gays e os negros, por exemplo, podem expor seus problemas - dos políticos aos culturais. São uma forma dos grupos marginalizados estabelecerem suas ideologias, modos de vida e cultura, bem como falar de suas dificuldades, de sua identidade. Segundo ela, se o Estado não promove uma política cultural para todos, as pessoas buscam outras maneiras, outros meios para circularem suas idéias.
Os fanzines, por exemplo, se propõem como um meio barato, criativo e livre para a divulgação de idéias.

Fanzines

A palavra “fanzine”, que é de origem inglesa, vem da junção entre fan (diminutivo de fanatic) e magazine (revista em inglês). Os primeiros foram feitos em formatos de revistas, para a divulgação de ídolos. Os primeiros indícios de fanzines remontam da década de 30. Também conhecidos simplesmente como zines, podem ser qualquer publicação em papel, desde que contenha idéias e seja distribuído para que outros leiam.
Liberdade é a unica regra para a confecção de um fanzine. Com poesias, quadrinhos, notícias e pensamentos colocados em palavras rabiscadas ou datilografadas, com recortes e desenhos, os fanzines se caracterizam como uma expressão em formato livre. Como forma de expressão, os fanzines podem se colocar como importante ferramenta pedagógica e de conscientização social
Fernanda Meireles, fanzineira da ONG Zinco (Centro de Estudo, Pesquisa e Produção em Mídia Alternativa), defende que o fanzine é como um meio de quebrar as barreiras entre o estudante e o ato de escrever. Para o educador social Daniel Alves, o fanzine é uma forma barata e criativa de ensino, bem como inovador meio de se prender a atenção dos estudantes, aliando prazer e conhecimento.

Saiba mais sobre jornal-mural e rádios comunitárias.